No Sopé da Montanha o Arbusto Verga mas não Quebra

Todas as Descrições são Pecaminosas

sábado, março 17, 2012

Ausência


Em tempos, companheiro
de meus males e espantos
Hoje, num passo hesitante
pouco mais que visitante

E nas esquinas da vida
Faço o quê contigo?
Ponto final da estrada,
Ou reinventar uma entrada?

domingo, fevereiro 07, 2010

De(sencontros)

Houve um tempo,
Um nós nos habitava
De palavras supurantes
De olhares cativantes
De almas penhoradas
Em juras entrelaçadas

Éramos
Eu e Tu uma vida transviada
De amores loucos e pecados
Em lençóis azuis acetinados
Meu pródigo barco de recreio
Luxúria dos meus sentidos
Onde tudo era perfeito

Hoje entre nós
Há silêncios e nada mais

Olhares desviados magoados
Feridas supérfluas doridas
De lençóis de cores trocadas
Confianças, lealdades caiadas
Quartos, sítios, camas trocadas
A chama da paixão extinta
Sorrisos tristes apagados
Sem a fé no teu olhar

Hoje
descrente me tornaste
assinante de um amor
transformado na mais
profunda ilusão...

domingo, novembro 01, 2009

Primórdios do Meu Olhar





No que é a tua vida
Sinto-a no teu respirar
Em nuances, subtilezas
De um verbo a conjugar

Andorinha saltitante,
Teu mundo hás-de encontrar
Não podendo te acompanhar
Aceno-te, com meu olhar

De longe sinto
O palmilhar dos teus dias
Teu olhar inquieto ao luar
Buscando a estrela solar

Não morra a esperança
O caminho longo há-de ser
Fé, nas forças do teu Ser
Assim, o mundo se alcança

Ai andorinha,
Onde foste tu parar?
Tão distante do meu olhar
Sem forças para te acompanhar

No que elas permitirem
Hei-de ao cume chegar
Para te ver a brilhar

Num mundo para te amar


(Fé, esperança, labuta
Tua voz, teu mundo !!!,
hás-de encontrar)

1/10/09

domingo, abril 12, 2009

Alma Minha


Alma de mim

Quedo-me em cada amanhecer
Pelo canto de uma cotovia
Estando longe, está perto
Mas num tempo, incerto

Quedo-me em cada amanhecer
Por esta cativa que
Meu dia aprisiona
Em seu canto de cotovia

São meus dias nevoeiro
Sem os sons do seu canto
E lúgubre, sombrio
Num vazio de ti …
Quedo-me assim.

Sendo minha cotovia
A que eu mais queria
Estrela guia cintilante
de meus dias quebranto

Em cada amanhecer
Cotovia errante …
Meus olhos buscam
O encanto do teu canto.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Sombras






Restam sombras e sombras
Teres sido um dia, gente
Tal como gato amedrontado
Vives num mundo truncado
Na roda da vida desavindo
Não passas de um acanhado

De pão ganho com suor
Vives sem transpiração
Pedem-te alegria
de barriga vazia
Tiraram-te o certo
Vives no incerto

No teu olhar irmão
Impera a desilusão
Foi-se o emprego
Foi-se o teu pão
Qual pobre mendigo
Vives cerce ao chão

Homem de grande visão
Homem de bom coração
por uma qualquer razão
Reduziram-te a um pião
Sendo tudo tão indistinto…
Resta-te apenas o instinto

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Tirania



Dizem-me as palavras
O que o coração não sente
Crendo em teu verbo amar
Facilmente me enganavas

O Quanto me amavas
Tu dizias e bradavas
Tão alto era teu grito
Que logo, me calavas

Inquieta tudo me parecia
Uma horrenda mentira
Tamanha era a vulgaria
Tudo menos o que queria

A verdade e a mentira
Coabitavam o teu verbo
Era tanta a mestria
Que as não separaria

Longa foi a confusão
Entre o ser e o parecer
Eis que um dia teu verbo
Mentira se revelaria

Eram apenas palavras
Que o coração não sentia
Que te amava, eu sabia
O mesmo de ti, não dizia

Com a verdade e a mentira
A ti mesmo, te enganavas
A mim, de ti me separavas
Não podendo viver assim.

terça-feira, julho 29, 2008

E o Mal se Foi …



E o dia resplandeceu
Quando voltaste enfim
Foi um céu que se abriu
Uma nova vida

Enfim o Sol sorriu
Levando teu mundo sombrio
Uma orquídea floriu
Enchendo meu mundo de brio

Foste o Sol de um longo inverno
Naquele banco de jardim tão frio
Na esperança dia a dia mantida
Que voltasses para mim um dia

Foi o Sol de Mil cores
No abraço apertado
Sentido tinha tua vida
E eu chorava de letícia

Longa mas muito longa
Foi a espera de ti
O farol da esperança
me dizia e me contava
Voltarias assim um dia

Valeu a pena a espera
as lágrimas e o desanimo
Pois há sentido para mim
Havendo sentido para ti

Assim recuperado
És o sol doirado
Me manténs curado
Tão do meu agrado.

terça-feira, junho 10, 2008

Ilhéu de mim

A alma se esvai …
Sinto que já não sinto
A espera é longínqua
Silêncios que se calam

Um dia de cada vez
Sobra o que não se fez
Uma calma que se agita
Uma vontade quebrada

Um sentir, tudo é nada
Uma luta sem estandarte
Uma vida sem arte
O Cume assolado

Um ser ao avesso
Uma vida sem chama
Uma sede que não se sacia
A vida que não se ressarcia

Não mente o espelho
Não mente o olhar
havendo um mar
Não há volta a dar

sábado, maio 03, 2008

Filhos de Um Amor Incerto



E tantos eram os sonhos
E o quanto eu te quis feliz
E o quanto te sinto coitado

Sonhos e sonhos traçados
Desígnios, sorridentes
Amanhãs florescentes
Corações abraçados

A vida que corria bem
Teu sorriso de encantar
O bastante para cativar
O brilho do meu olhar

E agora filho meu!
Ai, o mal que pressinto
A rotina dos teus dias
Mais do que ocos vazios
A fé em coisa nenhuma
E essa maldita cocaína
Um presente envenenado
Um idiota te ofereceu
E teu mundo esvaneceu

À droga madrasta
Te tornaste obediente
Eleita para confidente
Ladra do meu doce amor
Perpétua é a minha dor

Filho da droga
Mais dela que meu
Não me ouves não me vês
Sinto, perder-te de vez

De mãos erguidas, te peço
Volta para mim, outra vez
Volta a mim o teu olhar
Volta à vida, ao amor
Ensinar-te-ei a andar
E voltarás a sonhar
30/4/08

quinta-feira, abril 24, 2008

E Tudo Mudou …

Velho Sou
Trapo nem tanto
Foi-se o encanto
Da vida que era canto

Restou o frio da estação
Mais o frio do coração
Restou o vazio das duas
Acentuou-se a solidão

Faltam os nós afectivos
Em corações aflitivos
E a vida que era alegria
Tornou-se tão sombria

A juntar a tamanha confusão
Mais sentida a falta de pão
A prazo uma cama de hospital
Foi tudo quanto restou

Neste ingrato Portugal
Onde todos vivemos mal
Os jovens como fúteis
Os velhos como inúteis

Mas não havendo moral
Neste mal fadado Portugal
Os jovens vivem mal
E os velhos por igual

quarta-feira, março 26, 2008

E Agora Maria …

Foram-se os filhos à vida
E de dez que tu criaste
Tão parca de companhia
Vives o teu dia-a-dia

Memórias recorrentes
tempos que outrora foram
de tristezas e alegrias
de orgulhos embevecidos
de mulher de fé vaidosa
de suas vidas levantadas

Eram o brilho do teu olhar
Em canseiras prazenteiras
Doze pratos sobre a mesa
Em risonhas brincadeiras
Era a vida no seu melhor
Abarrotar de amor

E Agora…

Maria, Como vão os dias?
Um a um todos se foram
Dois pratos sobre a mesa
O apetite que vai faltando
As saudades aumentando
As forças minguando
Um silêncio impiedoso
Torna tudo tão penoso

Olhos vazios, tristonhos
Tão sombrios de abandonos
Assim vives os teus dias
Tão dorida quanto esquecida
20/3/08

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Filhos Distantes



- Mami, estás tão longe de mim
Porquê este viver assim?
- Meu bem, para teu bem

- Mami, meninos ensinas
Mas não cuidas de mim
- Meu bem, Não é bem assim

- Mami, tenho saudades de ti
- Meu bem, eu sei, que sim

- Mami, sinto solidão
- Para ti ganho o pão

- Mami, separaste-te de mim
- A vida fez-nos assim

- Mami, volta para mim
- Meu bem, eu nunca te esqueci
À distância ganho teu pão
Dou-te mimos do coração

- Não é o bastante, Mami
Quero sentir teus abraços
Teus beijos sedentos de mim
A ternura do teu olhar
Numa história ao deitar

- Mami, responde:
Quem vem tratar minhas feridas
Quem vem curar a minha angústia
Quem vem encher a ausência de ti
Quem vem limpar as lágrimas de ti
26/2/08

domingo, fevereiro 17, 2008


Meu Bem

Foi a tua primeira vez
Num mundo impreciso, desconhecido
Aí te achaste perdida e achada
Sentimento de abandono, tristeza
“Que faço eu com esta vida?
Meu mundo perfeito, onda pára?
Onde estão os meus aconchegos?


De repente tomas consciência
Tens a vida pela frente
Mas tão vazia de gente.

É um mundo a consertar
Tudo é esquisito, diferente
Um nascimento novo a acontecer
Com um choro bem diferente
E sentes-te só, muito só
Frágil, muito frágil
Com lágrimas reféns


Obstinada a vencer
Agarras forças que não tens
E sentes poder ser alguém

Quanta dor,
Quanta solidão
Quanto sofrimento
Quanta tristeza
Nesse teu olhar de maçã?

Sei-o bem.

(Meu bem, quem quer ir além
A dor por companhia tem)
19/2/08

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Vida Madastra



Ri

E tudo estará bem
Terás amigos, amiguinhos
Aconchegados conhecidos
Alguns ditos do coração
Contigo todos estarão

Contigo ri o mundo
Tudo é luz, sol e vida
Reina a paz, a harmonia
Que vives tão esfusiante
Nesse mundo tão inebriante
Sentes-te que nem um gigante

Chora

Lamentarás o chão que pisas
O sol, o amor, de outrora
Os amigos desconhecidos
A vida a luz esmorecida
Alma de anã envelhecida

Sozinho lágrimas sofridas chorarás
A morte do teu filho, de teus pais
A dor de morte, do irmão fenecido
Nu, à dor desolado te encontrarás
Os amigos do coração também se vão
Mas, sozinho do chão, te elevarás

(Há dores que só se choram sozinhos)

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Ai, Amor
Palavras eram ditas
Do quanto me amavas
Tão pouco sentidas
Posto que me magoavas

Lindas eram as palavras
Ao estrelato me elevavas
Mas tudo em si contrárias
Logo, logo me desprezavas

Prisioneira das palavras
Confusa em teu olhar
O coração me laceravas

Não haver sentimento,
Jeito era ir a enterrar
E mais tarde ressuscitar.

(Lembranças de alguém
Quem as não têm …)

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Mudam-se os Tempos

Os de hoje são de meio gás
Não te permitem revelar
Do quanto és capaz,

Ir mais além…
Além das montanhas
Movê-las se preciso for
E ao mundo afirmares
O teu imenso amor

Tudo se conjuga …
Não sejas ninguém

Se ousares
A teu respeito,
Mudem de opinião
Não te perdoarão
Terás como cama,
Um duro colchão

Ousares ir mais além
Mostrarás que és alguém
Afirmarás um poder …
O herói nado para vencer
Mesmo que tenha de sofrer

E em terra de ninguém …
Quererão que fiques aquém

Não tenhas ilusão
Meu amigo, meu irmão
Teu poder de criação
Teu empenho e engenho
Tua arte e dedicação
Teu Ser de Coração
Sempre, mas sempre
Fere alguém.
17/12/07

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Falo de Ti

Do quanto de ti preciso
Como o ar que respiro
Do teu olhar de avrelã
Bem contrário ao de romã
Tons de verde, esperança
Símbolo de toda a mudança
Sorris, como me sinto feliz

Não me peças que te esqueça
Pois nada fica que me aqueça
Ai, se soubesses!
O quanto de ti necessito
Voarias em jactos de luz
A casa resplandecia
E tudo o mais se enchia.
Falta-me o brilho do teu olhar
A candura da tua alma
Não me ponhas borda fora
Pois és, a minha âncora
Alevante sou ser errante
Caminhando ao desnorte
Abandonado à sua sorte

A ausência da tua voz,
Frágil que nem uma noz
Tudo tão frio, tão vazio
Tudo tão sem sentido …
Não me entrego à compaixão
Pois só sei viver de coração
Seja a mais difícil situação.

(A espera de ti é um tempo sem fim)

quinta-feira, novembro 22, 2007

Assim Vai o Reino da Educação

Calem-se os Doutos da educação
Dos “grandiosos” e inúteis “feitos”
“Que outro valor mais alto se alevanta”
As vozes dos professores caluniados
Que com “engenho” a tanto se atreveram
Ensiná-los a ler, a escrever e a somar
Modos de ser, saberes e conhecimentos
Mas não a subtrair direitos e deveres
Destilados, suados e transpirados
E muito menos a dividir para reinar

Onde vai isto dar?
Quiçá um país de …
(errada queria eu estar)
Se a todos ousarem enganar
Os pais dizem que os “têm”
Bom proveito lhes faça
Queiram ou não, os alunos
Vamos, educar e ensinar
Pois um dia vão optar
Com mestria e sabedoria
Quem os hão-de Governar.


(E com saber e engenho
Não se vão deixar enganar)

Amores Meus


No tempo e no espaço
Quantos de mim,
Distantes estão
Onde era Amizade
Estima, carinho
Elos do coração
Afectos …
Onde, ora estarão?

Fizeram-me acreditar
No Mais doce sonho
palavras loucas
De tão ocas, tontas

Lixo me consideraram
Pelas ruas mendiguei
E de tanto pensar
Que tal havia por mal
Por becos e becos Caminhei
Sossêgo à alma encontrar
Na inquietude de mim
Aos livros retornei
E aí sim,
Senti-me alguém.
21/11/07

sábado, novembro 10, 2007

Vidas Esquecidas




Falemos de Almas
Mãos trémulas, suplicantes
Por um afago, um aconchego
De uma solidão, sem razão
Maior, que a d’um cão
Rostos maltratados, cansados
Rugas hipotecadas, escondidas
Em maleitas passadas e perdidas
Olhos apagados na linha do horizonte
Não vendo solução, em nenhuma fonte

Falemos de Gente
Um prato sobre a mesa, vazio
Um olhar, triste, cansado e frio
Um desânimo, uma falta de alento
Nunca tão acentuado, como no momento

Falemos de Vidas
Aprisionadas em becos sem saídas
Para quem uma cova era paz e sossego
Glória de uma vida sem jeito
Tais foram as dores de peito

Falemos de Nós
E de quantos de Nós,
Frágeis como uma noz
Nos sentimos tão sós
Desatando tais nós

Porém …
O Arbusto verga mas não quebra
Sempre seremos alguém
Ainda que por ninguém.!

segunda-feira, novembro 05, 2007

Podia...


Escrever-te mil frases coloridas
Pintar o arco-íris de tintas mil
Contar uma piada da tv um apanhado
Rebolar em gargalhadas
Em troca de um sorriso
No teu olhar acastanhado

Podia
Com mágica borracha
Apagar teu sofrimento
Arrancar do teu peito
Essa dor sem jeito
Dar-te colo
Dar-te mimo

Podia
dar-te este mundo e o outro
E tudo seria muito pouco
Para afastar tal “cálice”

Na minha modesta humildade
Dou-te a minha solidariedade

(E tudo é tão pouco)

sábado, novembro 03, 2007

Desejo Ser o Outro

Na moita à coca espreitas
Fracasso meu anseias
Leio-o no teu olhar
Com que me rodeias

Pudesse eu partir
Para não ser tua sombra
Pudesses brilhar por ti
Sem lembranças de mim

Talvez imagines Sóis
Em Luas crescentes
Ilusões não são sementes
Nem tão pouco o que sentes

Vês-me teu inimigo
Sonhas como o meu ser
Não pedi para nascer
Muito menos para morrer

Se em mim te imaginas ao espelho
Terás de ter muito mais engenho
Nada se consegue sem empenho
E muito menos em cima do joelho

sábado, outubro 27, 2007

Banco de Jardim





Ali, naquele banco,
Não, naquele mais além
Um tempo sem fim
Esperei por ti

Muitos tempos passados
Olhos postos na linha do horizonte
Por mais que mirasse não havia sinal
Assim foi estando na esperança de ti

Lá vem gente, puro engano
Não passou de um cigano

Fumo um cigarro pensativo
Relembro as memórias
Virias ao sol posto
Estando bem disposto

Lá vem um cavaleiro, príncipe perfeito
Puro engano, não passou de um escudeiro

Uma longa manta colorida eu teço
Faço, torno a refazer e desfaço
Dou por mim a entristecer
E o coração a desfalecer

Lá vem uma nuvem esvoaçante
Puro engano era um mendigante


Olho para mim
No mais fundo
Vejo um poço sem fim
Ninguém passou por mim

Nesta espera sem fim
Talvez seja melhor assim

Ir dar de comer às cotovias
Em terra mirar as gaivotas
Alegrar os meus dias,
Deixar-me de agiotas
27/10/07

quinta-feira, outubro 25, 2007

Há Mar e Mar



Ó mar apimentado,
Quanta da tua pimenta
São espirros de sal?
Quantas carradas, trouxemos
Quantas espirradelas, nós demos
Quantos lenços lavámos
Quantas bebedeiras aturámos
Para que fosses nosso, ó mar?

Valeu a pena, tanta canela?
Pois sim, Ficámos a gostar dela
Quem quer sentir o seu sabor
Tem que lhe ter muito amor
A pimenta e a Canela
Ao mundo o portuga doou
O "Pessoa" não se enganou

No mar se esparrinhou
E nele se esparramou
Os bolsos esvaziou
Um osso duríssimo
Tudo o que restou

Uma terra o expulsou
Diz-se que muito a amou
Ferida, que nunca sarou
destino que não procurou
E desditoso por aí ficou

terça-feira, outubro 16, 2007

No Onde te Perdi...

No fundo da estrada,
Tudo é mesmo nada
Nada sei de onde vim
Nada sei para onde vou
Desde o norte ao desnorte
Vivo um pouco à sorte
Pedi à lua uma rima
Saiu-me um verso solto
Eu fiquei que nem morto
Sai na pista do teu olhar
Nem quis acreditar …
Deixaste de me amar
Foi enorme o embaraço.

Cavado o meu fracasso
Senti-me palhaço

domingo, outubro 14, 2007

O Longe de Ti

Em noites de nevoeiro carregado
em espera sem fim queda-me a alma,
Não vislumbrando sinais de ti
Teus olhos a cintilar, a sorrir
Com todas as forças do meu ser
Era o cúmulo do meu querer
Em noites de lua cheia
Meus passos a ti vão
Olhos postos no chão
Ouço vozes de mim
Clamando sem fim
Um olhar de ti

As distâncias alongam
As saudades de ti

domingo, setembro 30, 2007

Teus Males, Males Meus

Filho meu, teu nascer
Foram sorrisos arco-íris
Olhares de mil matizes
Jurei amar-te
Das dores da vida
A tua livrar-te

Estremeço, sabendo-te
de amores, enferma
de vontade, débil
Em cada amanhecer
à vida grata ser
à vida sorrir

Meu juramento foi perjúrio
Eu o escuto, eu o sinto
Em cada olhar sombrio
Em cada silêncio mudo
Em cada afecto negado

(Meu mais que tudo amado
Sinto-me fracassado)

quarta-feira, agosto 22, 2007

O Meu Amigo


Hoje o coração dói
Não posso acreditar
Esperançado saíste
Dos teus amores …
voltar a encontrar

Mas na volta …
Foste a enterrar

E o teu olhar ..
Para todo o sempre
Deixou de brilhar

Nossos corações desfeitos
Relembram os teus afectos
Teu coração deixou de bater
É mais uma estrela a brilhar

No entanto, a nosso lado, querias ficar
Sem ti, tudo é mais difícil suportar
Em nossos corações hás-de ficar
Mesmo sem o brilho do teu olhar

(Meu amigo, meu irmão)

terça-feira, julho 31, 2007

Males Meus


Descasei-me de mim
Vagueio por aí …
Perdi o norte
Descartas-te de mim

Há males de assim …
Não saber dizer sim
Perdi-lhe o jeito…
Não sei viver sem ti


Diz-me o vento Sul
Que estou melhor assim
Mas fica-me a mágoa
De saber-te sem mim

A linha do horizonte inquiro
Nem manchas ou sombras de ti
Não posso viver sem ti
Para males de mim …

quarta-feira, julho 11, 2007

Dores de Peito




Entrei aqui,
Ainda não foi desta
Que os teus olhos vi
Procuro não pensar
Quando te encontrar
É longa, muito longa,
A espera de ti

Há saudades nos meus olhos cansados
Meus dias sombrios e desabitados
Perscrutam a linha do horizonte
Tragam os ventos alvíssaras de ti

Calem-se os rios,
Os mares estridentes
Que eu escuto os céus,
presságios de mim,
Me tragam novas de ti

Grande é a esperança
Num tempo de bonança
Sentindo-te em segurança.
Espero numa espera sem fim
Alvíssaras de ti
10/7/07

terça-feira, julho 03, 2007

Exortação

Perdida de ti
Por montes e vales te consomes
Deixa de sofrer,
teus olhos brilharão
Não interessa quem te deixou
Pouco importa quem te abandonou
quem o céu como limite te prometeu,
E nem um pouquinho te amou
Deixa de sofrer,

Do mar à serra
Em vão te procuras
Num recanto te velas
Noutro te revelas
Mas una serás ...
Deixa de sofrer,
Nos ocultos de ti
Forças procuras
Aventureira de ti
alegrias sentirás
Em cada alvorada
que renasce em ti

Mil estrelas iluminarão
Teu destino almejado
Teus medos às calendas irão
Tens o mundo na tua mão
Filha minha, do coração
Terás sempre a minha mão
3/7/07