No Sopé da Montanha o Arbusto Verga mas não Quebra

Todas as Descrições são Pecaminosas

terça-feira, novembro 28, 2006

Chove



Chuva miudinha,
Em mim, coisas assim
Situações sovinas
Nervos em frenesim
Aniquilar eu queria

Mas não passam por mim
Então deixo-me, quieta estar
Certa, o nevoeiro não veio para ficar
Entre brumas o Sol resplenderá
E a verdade, se espalhará
Mágoas, a água lavará
Sol e água
a terra cativará
A discórdia
sucumbirá

28/11/06

sábado, novembro 25, 2006

Evocação



- Mágoas sinto no teu olhar !

Não são mágoas, senhora
é choro de colo

Matou-me o meu amigo,
o meu amigo do coração

- O coração já não lhe habitas ?! …
Talvez sim, Talvez não

Culpada serás …
Não me instruíste na lesão

- Não se ensina os consertos do coração
Aprende-se a lição

- Culpas carregarás
Os lutos a fazer, aprenderás
Pois, nada é por acaso, não
Olha com olhos de ver os estilhaços,
Analisa-os bem, rega-os com as tuas lágrimas,
lavar-te-ão a alma
Evoca-lhes o seu perdão,
Agradecida ficarás

Eu não queria uma terapia …
Queria uma imunidade

- Está fora de questão
Até as rosas têm espinhos
Os sentimentos, os de coração?
Também não são excepção …
Luta por eles, pois nada é em vão
25/11/06

segunda-feira, novembro 20, 2006

Alegria

Nas esquinas da vida perdi-te
Para longe de mim fugiste
Já pouco ou nada sei de ti
Conta-se as vezes que te senti

Eras a inocência expectante
Eras a transparência em botão
Eras a minha força vigorante
Eras a minha total emoção

Passas-te por mim
De alto a baixo me alvejaste
Já não eras mais em mim
A doce alegria inebriante

Voltará o Sol fulminante
O Sorriso de um dia nascente
O sal da vida encadescente ...

Mas voltaste em todo o teu esplendor
Estrela guia divinal, como só tu, sabes ser
O cachimbo fumámos e nos amámos
E desde então, porque não
Arrebataste-me o coração
20/11/06

quinta-feira, novembro 16, 2006

Palavras do Coração



Senti que não era bem assim
Palavras ditas, nem sempre sentidas
Vezes não, vezes sim

Falavas, falavas …
Com o Coração na boca
sentimentos expressavas,
Meiguices, ternuras, carinhos
Ao Céu me conduzias

Que eu bem sei …

Mas tudo, tudo foi em vão
Não espelhavam o coração
Tamanha era a contradição

Dizias e sentias
Realidades bem diferentes
Na boca bondoso coração tinhas

Mas lá morava uma seta
de cupido envenenada
Lesta a disparar, nem foguetão
na primeira ocasião

Já não enganas, não.
As palavras e os olhos são diferentes
Aí isso, são.

(Post scriptum: As palavras, já não são de palavra)
16/11/o6

segunda-feira, novembro 13, 2006

Olhos



Algures em mim
A força do teu olhar ouvi
Suaves murmúrios
Lendas de ti

Falavas-me
De outras andanças
Outras paragens,
mais subtis

Entre elas, me dei
Entre elas o teu olhar vi
Foram olhares cativantes
Ternos meigos, sublimes
Foram olhares límpidos
Que eu logo reconheci

Deram conta de mim
Deram conta de ti

Eis que emerges
De Lagos encantados
De mares navegados
Olhos arco-íris
Barcos navegantes
Cintilantes

São lágrimas, senhora!
doces e salgadas …
Alegrias e dores,
Os meus amores

De partir o Coração
Gostosos ou amargos
Não os permuto, não!

Os meus amores,
São como eles são…
Os meus olhos navegantes
que anseio, em cada porto mar
13/11/06

segunda-feira, novembro 06, 2006

Aos Meus Entes Queridos

Vagabundo de ti
Por montes e vales te consomes …
Deixa de sofrer,
as estrelas brilharão em ti

Pouco ou nada interessa quem te deixou
Pouco ou nada importa quem te abandonou
quem o céu te prometeu,
E nem um pouquinho te amou
Deixa de sofrer,
as estrelas brilharão por ti

Do mar à serra em vão te procuras …
Num recanto te escondes
Noutro te revelas
Mas una serás ...
Deixa de sofrer,
as estrelas brilharão para ti

Nos recantos de ti
Forças procuras
Vagabundo de ti
contarás com a alegria
Que renasce em Ti

Pois uma chuva de estrelas sorrirão assim

E os medos não serão mais fortes

que a beleza enorme que há em ti

6/11/06