No Sopé da Montanha o Arbusto Verga mas não Quebra

Todas as Descrições são Pecaminosas

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Filhos Distantes



- Mami, estás tão longe de mim
Porquê este viver assim?
- Meu bem, para teu bem

- Mami, meninos ensinas
Mas não cuidas de mim
- Meu bem, Não é bem assim

- Mami, tenho saudades de ti
- Meu bem, eu sei, que sim

- Mami, sinto solidão
- Para ti ganho o pão

- Mami, separaste-te de mim
- A vida fez-nos assim

- Mami, volta para mim
- Meu bem, eu nunca te esqueci
À distância ganho teu pão
Dou-te mimos do coração

- Não é o bastante, Mami
Quero sentir teus abraços
Teus beijos sedentos de mim
A ternura do teu olhar
Numa história ao deitar

- Mami, responde:
Quem vem tratar minhas feridas
Quem vem curar a minha angústia
Quem vem encher a ausência de ti
Quem vem limpar as lágrimas de ti
26/2/08

domingo, fevereiro 17, 2008


Meu Bem

Foi a tua primeira vez
Num mundo impreciso, desconhecido
Aí te achaste perdida e achada
Sentimento de abandono, tristeza
“Que faço eu com esta vida?
Meu mundo perfeito, onda pára?
Onde estão os meus aconchegos?


De repente tomas consciência
Tens a vida pela frente
Mas tão vazia de gente.

É um mundo a consertar
Tudo é esquisito, diferente
Um nascimento novo a acontecer
Com um choro bem diferente
E sentes-te só, muito só
Frágil, muito frágil
Com lágrimas reféns


Obstinada a vencer
Agarras forças que não tens
E sentes poder ser alguém

Quanta dor,
Quanta solidão
Quanto sofrimento
Quanta tristeza
Nesse teu olhar de maçã?

Sei-o bem.

(Meu bem, quem quer ir além
A dor por companhia tem)
19/2/08

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Vida Madastra



Ri

E tudo estará bem
Terás amigos, amiguinhos
Aconchegados conhecidos
Alguns ditos do coração
Contigo todos estarão

Contigo ri o mundo
Tudo é luz, sol e vida
Reina a paz, a harmonia
Que vives tão esfusiante
Nesse mundo tão inebriante
Sentes-te que nem um gigante

Chora

Lamentarás o chão que pisas
O sol, o amor, de outrora
Os amigos desconhecidos
A vida a luz esmorecida
Alma de anã envelhecida

Sozinho lágrimas sofridas chorarás
A morte do teu filho, de teus pais
A dor de morte, do irmão fenecido
Nu, à dor desolado te encontrarás
Os amigos do coração também se vão
Mas, sozinho do chão, te elevarás

(Há dores que só se choram sozinhos)