No Sopé da Montanha o Arbusto Verga mas não Quebra

Todas as Descrições são Pecaminosas

sexta-feira, junho 23, 2006

Engano

Foi tudo tão incerto.
Foi tudo tão contornado
mentirinha aqui, mentirinha acolá
Tudo não passou de fingimento
Uma vida de engano
Sete anos te dei
Sete anos de ilusão
Sete anos de muita confusão
Sete anos que nem enche uma mão
Poucos foram os amigos que amei!
Menos ainda os que no coração gravei
Mas esses poucos guardo-os a sete chaves
são meu prémio de consolação
do guerreiro, o troféu
Em demanda de outras guerras
Santas, assim o espero!
23/6/06

quinta-feira, junho 22, 2006

Queria a Lua


A verdade é que queria a lua mas a única forma redunda que recolhi foi um calhau. Seja ao menos consistente, forte para que me possa segurar quando a dúvida me assaltar.
Onde me levam meus passos, minhas decisões, meus alinhamentos do destino?
Nada é certo. Tudo se me afigura enigmático, nebuloso e nevoeirento.
Porém, certo é que essa lua já não quero
Nem mágoa, nem dor resta
Dessa lua tão desejada ...
Ou restará?
Só, alívio
Fique com ela quem tanto apedrejou
Viverá o mal que desejou
22/6/06

domingo, junho 18, 2006

O Teu Olhar


Caminhei que estava certa
do brilho do teu olhar
Falava-me de outras vidas
De caminhos cruzados
perdidos e achados
Não dá para acreditar,
que o haverias de desviar
Foi traição imaginada
O silêncio do teu olhar
Em ti, perdida e achada me dei
E sem o brilho do teu olhar
Mais aquém, de mim fiquei.
Pedi a lua
Só encontrei um calhau
Teu olhar, já não brilha
Já não cala funda a minha angústia
Já não cala a minha dor de solidão
Entre muitos olhares vagueio e procuro
A luz do teu olhar
O inconfundível brilho que aos meus sorriam
A meiguice, a ternura a certeza de sermos solidárias
Que uma e outra una eramos
indivisíveis
Mas desviaste o teu olhar e recuso-me a aceitar
Que perco o brilho do teu olhar
Por uma razão, qualquer a inventar
18/6/06

domingo, junho 04, 2006

Partidas




Não me vês, Não me sentes
Contigo levas para sempre
O sabor deste momento,
Um presente, sem futuro

E eu já sinto tanto a tua ausência
Teu rosto a desvanecer, a apagar-se no tempo
O brilho do teu olhar a esmorecer
A Chama do teu viver cada vez mais baixa

É certo,
Num primeiro momento, levas-me contigo
Mas a erosão do tempo, meu rosto apagará


Fomos vidas de outras vidas
outras memórias recordámos
e nesta vida as apagámos
Para as calendas atiradas fomos
Não mais sombras do que somos restará

Novamente desconhecidas
Novamente perdidas
Novamente solitárias

O Caminho da vida palmilhamos
penoso, dorido, magoado
Sem a chama do teu viver
Sem o sorriso do teu olhar

Outros doces, meigos terei
mas iguais aos olhares inconfundíveis
da filha da minha alma, jamais encontrarei !!
7/6O6