No Sopé da Montanha o Arbusto Verga mas não Quebra

Todas as Descrições são Pecaminosas

sábado, outubro 27, 2007

Banco de Jardim





Ali, naquele banco,
Não, naquele mais além
Um tempo sem fim
Esperei por ti

Muitos tempos passados
Olhos postos na linha do horizonte
Por mais que mirasse não havia sinal
Assim foi estando na esperança de ti

Lá vem gente, puro engano
Não passou de um cigano

Fumo um cigarro pensativo
Relembro as memórias
Virias ao sol posto
Estando bem disposto

Lá vem um cavaleiro, príncipe perfeito
Puro engano, não passou de um escudeiro

Uma longa manta colorida eu teço
Faço, torno a refazer e desfaço
Dou por mim a entristecer
E o coração a desfalecer

Lá vem uma nuvem esvoaçante
Puro engano era um mendigante


Olho para mim
No mais fundo
Vejo um poço sem fim
Ninguém passou por mim

Nesta espera sem fim
Talvez seja melhor assim

Ir dar de comer às cotovias
Em terra mirar as gaivotas
Alegrar os meus dias,
Deixar-me de agiotas
27/10/07

quinta-feira, outubro 25, 2007

Há Mar e Mar



Ó mar apimentado,
Quanta da tua pimenta
São espirros de sal?
Quantas carradas, trouxemos
Quantas espirradelas, nós demos
Quantos lenços lavámos
Quantas bebedeiras aturámos
Para que fosses nosso, ó mar?

Valeu a pena, tanta canela?
Pois sim, Ficámos a gostar dela
Quem quer sentir o seu sabor
Tem que lhe ter muito amor
A pimenta e a Canela
Ao mundo o portuga doou
O "Pessoa" não se enganou

No mar se esparrinhou
E nele se esparramou
Os bolsos esvaziou
Um osso duríssimo
Tudo o que restou

Uma terra o expulsou
Diz-se que muito a amou
Ferida, que nunca sarou
destino que não procurou
E desditoso por aí ficou

terça-feira, outubro 16, 2007

No Onde te Perdi...

No fundo da estrada,
Tudo é mesmo nada
Nada sei de onde vim
Nada sei para onde vou
Desde o norte ao desnorte
Vivo um pouco à sorte
Pedi à lua uma rima
Saiu-me um verso solto
Eu fiquei que nem morto
Sai na pista do teu olhar
Nem quis acreditar …
Deixaste de me amar
Foi enorme o embaraço.

Cavado o meu fracasso
Senti-me palhaço

domingo, outubro 14, 2007

O Longe de Ti

Em noites de nevoeiro carregado
em espera sem fim queda-me a alma,
Não vislumbrando sinais de ti
Teus olhos a cintilar, a sorrir
Com todas as forças do meu ser
Era o cúmulo do meu querer
Em noites de lua cheia
Meus passos a ti vão
Olhos postos no chão
Ouço vozes de mim
Clamando sem fim
Um olhar de ti

As distâncias alongam
As saudades de ti