No Sopé da Montanha o Arbusto Verga mas não Quebra

Todas as Descrições são Pecaminosas

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Estrela


Do meu firmamento, única

Da selva, soberana
De todas, a eleita
Actora principal
Arrebatadora
Esplendorosa
Teu sorriso
Teu olhar

cegam


Contra o mal-dizer
Contra o mal-querer
Não te deixes abater
O placo às figurinhas?
Não cedas à tentação

A compaixão é inimiga da razão
Se brilham por ti, perdes a noção
Não tenhas ilusão, a tua alma quererão

Contra o mal querer
Contra o mal-dizer
Compaixão terás,

nenhuma conseguirás

Fadou-te os deuses
Segue o teu viver
Deixa de sofrer
única seres ...
Não permitas
Que te façam
Sofrer
31/1/07

domingo, janeiro 28, 2007

Cesário



Teu nome, poeta
Deu-to tua mãe
Sabia-lo bem, como o teu
Não havia ninguém

De poeta ausente
De Sorriso contíguo
De olhar meigo, cativo
Sabias ser do amigo,
o irmão presente

Bem vivo, eras vivo
Agora, que sei de ti?

vazio eterno de irmão
Me enche o coração
Não me peças perdão
Tua ausência sentida
um coração partido
Um choro convulsivo
Me trazem sofrida
Eterna grata de ti

Foste em vão? Não irmão
Meus olhos, os teus, os nossos
revelaram uma eterna gratidão
28/1/07

domingo, janeiro 21, 2007

Os Seres Irritantes


Ilusão, miragem, sonho
Em perpétua teatralização
Sorrindo de quando em vez
Espelho único te vês
Protogonista única
Não sais de cena
O Palco é o teu ser
Monologas um ser
Em construção

A diferença
Está na perfeição,
Enjoa até mais não!
São antíteses os adereços,
destes seres em figuração
irritantes por contradição

Monologam, Monologam
Um discurso de ocasião
De tão único, ofensivo
De tão sem sentido, vazio
Ser ou não Ser, não é a questão
Pois a pretensão, a ambição
É mesmo, ser o único a valer
O resto esse, apenas chão
21/1/07

domingo, janeiro 14, 2007

Nostalgia


Faz uma pausa
Escuta a minha voz
Há sinais de cansaços
Nostalgia de um tempo nosso
olhares cativos na linha do horizonte
Heranças desavindas
Um tempo novo
cumplicidades,
Partilhas,
sonhos
gerados
Ah, a minha alma de criança adiada
Num mundo melhor a valer
Malditas guerras
sempre reinventadas
sempre remoçadas
Nunca extintas
Escuta a minha voz
Há sinais de cansaços
Afectos dissimulados
Corações proibidos
Lares destroçados
Olhares de criança
Onde reina a discórdia
beijos apenas sonhados
A carícia que tarda
Mimos esquecidos
Aconchegos olvidos
histórias de embalar,
por contar, esquecidas
Magias desconhecidas
fadas por descobrir
Escuta a minha voz magoada
Meu nascimento foi jura de amor
sinto-me atraiçoada
Faz uma pausa, vê e escuta
Este é o meu reino de criança
rejeitada
( "Mami, Escuta a minha voz cansada e dorida de Ti")
14/1/07

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Alma Minha




Milénios
Por ti ansiei
Menino ou menina?
És a que mais queria
Uma eternidade
Teu primeiro dia
Porto de chegada
tudo quanto queria
A coisa mais linda
Teu rosto, tua alma
Olhar que me alumia
Seja a noite mais sombria
Sou tudo o que sou
desde esse dia
espero por ti
Seja a noite
Mais fria !
8/1/07

quinta-feira, janeiro 04, 2007

A Dor de Gostar

Tinha amigos de espantar

Mas para não os hostilizar

Decidiu se afastar ...

Foram tempos ansiosos
Foram tempos amargos
Foram tempos amorosos
Foram tempos de amar
E não os querendo odiar
Em si se escondeu
Em si os reuniu
Em si os sentiu
memórias de mil tons viveu
Recordações vis esqueceu
No peito os consagrou
assim os conservou
Arcos-íris guardou
E a tormenta,
A abraçou
4/1/07