No Sopé da Montanha o Arbusto Verga mas não Quebra

Todas as Descrições são Pecaminosas

domingo, maio 07, 2006

O Amor


Vivendo e aprendendo. Frase feita, sem dúvida, mas que aconchega os corações estilhaçados. E estes são mais que águas mil de Abril.
À face da terra não existe um único Ser que não almeje encontrar o amor da sua vida. Seria o Paraíso na Terra.
A verdade constatada é que todos sofremos de amor. Por uma razão ou por outra, o deslumbramento, o encantamento, por alguém, dá lugar, por razões várias, a uma boa dose de sofrimento, de desilução, tristeza, amargura e ressentimento.
E aí vêm os novos trilhos de vida, muitas das vezes tendo por base o ressentimento e juramentos, a pés juntos, de que não voltaremos a nos apaixonar. Assim, abrimos muito os olhos para não sermos novamente enganados, ludibriados nos nossos sentimentos, julgando que dessa forma acertaremos na mouche, isto é, da próxima vez que nos apaixonarmos será só, e apenas, pela pessoa certa, aquela que nos fará felizes para todo o sempre.
Porém, não há volta a dar. Nas questões da paixão e do amor faz lembar aquela velha história dos dois ursinhos agarradinhos um ao outro por causa do frio, num jeito de mutuamente se aquecerem mas bem vistas as coisas não poderão ficar agarradinhos eternamente, posto que incontornavelmente, por causa dos picos um do outro, terão que de tempos a tempos afastarem-se, lamberem as feridas para que estas sarem e quando estas estiverem saradas, esquecidas voltar-se-ão um para o outro e novamente agarrar-se-ão para se aquecerem e como tal amarem-se e ferirem-se.
Amar é uma onda que vem e vai que bate na rocha que recua e avança.
O amor é assim mesmo. O importante, melhor dizendo, o fundamental é que saibamos perdoar quando o outro nos pica e que estejamos presente, firme e solidário quando o ser objecto do nosso amor, de nós precisa. Evidentemente que também temos o direito de nos queixarmos das picadas do outro e exigir-lhe o mesmo tipo de solidariedade e amor.